Não é nenhum segredo que o mundo da construção pesada ainda é, em sua grande maioria, território dominado por homens. Mas esta é uma realidade que vem mudando, inclusive sendo estimulada por grande parte das empresas, cada vez mais engajadas em causas como a igualdade de gênero e de oportunidades. Apesar de a participação das mulheres no setor ter crescido 120% entre 2007 e 2018, segundo dados do IBGE, elas ainda correspondem a apenas pouco mais de 10% do efetivo total empregado na construção civil no Brasil. O mundo ideal, sem dúvidas, será quando temas como este já não chamarem a nossa atenção, dada a sua naturalidade, afinal mérito e competência não têm sexo. Enquanto esse mundo ideal vai tomando forma, com a honestidade de quem percebe a realidade e trabalha para aperfeiçoá-la registramos a satisfação de ter mais uma mulher alçada a um cargo de liderança em nossa empresa. Conheça um pouco mais de Maria Alencar, recifense que desde março deste ano assumiu a gerência do contrato Fechamento do Ciclo Combinado na UTE Santa Cruz, do cliente Furnas Centrais Elétricas, no Rio de Janeiro.
Quando você ingressou na OEC?
Entrei na OEC em 2001 através de uma seleção que ocorreu para obras que estavam em andamento em Recife. Nesta mesma peneira entraram vários outros colegas, muita gente boa. Alguns rumaram para outras companhias e outros seguem na empresa, como Pedro Leão e Henrique Paixão. Esta turma fez parte das primeiras edições dos programas que a empresa criou para a formação de pessoas como o que viria a ser o Introdução à Cultura e o Jovem Construtor.
Qual foi a sua trajetória na empresa? Quais os projetos contaram com sua participação?
Entrei ainda estagiária, já que só viria a me formar no primeiro semestre de 2003 e fui designada para apoiar na obra de duplicação da BR-232, em Pernambuco. De lá, ainda estagiária, fui para a obra do Aeroporto Internacional de Recife, onde fui contratada. Foi então quando migrei para a área industrial da construtora, indo para a obra de ampliação da Planta de PVC da Braskem, em Alagoas. Em seguida fui para Salvador e trabalhei em propostas para os projetos de investimentos nas unidades da Braskem em Camaçari. Já em 2007 fui para o projeto PTA, em Suape (PE), e, na sequência, para o POY-PET, também em Suape com o mesmo cliente. Participei do início ao fim deste projeto e foi onde cheguei ao cargo de Gerente. Em 2015 fui para o México atuar no Projeto Salamanca. Retornei em 2017 para Salvador para o Projeto Petroquímicas nas atividades de manutenção industrial nas plantas da Braskem. E agora, em 2020, tive a oportunidade de assumir a gerência de contrato da UTE Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
Quais os desafios marcaram sua carreira até aqui?
Na minha trajetória iniciei no planejamento e produção ainda estagiária. Depois de contratada minha atuação sempre foi concentrada na área de administração contratual, com foco em custos e relação contratual com cliente e subcontratos, além de orçamentos e negociação de aditivos. Acho que os principais desafios foram o início na área industrial, onde mesmo já estando na empresa há três anos, foi um recomeço para mim. Depois foram os orçamentos e negociações dos contratos e aditivos no projeto PTA POY-PET, um projeto grande (ao todo mais de R$ 3 bi) onde tive que superar muitos desafios e onde amadureci e cresci profissionalmente. Em seguida veio a experiência internacional, onde os principais desafios foram administrar as interfaces com outras culturas num projeto que contava com mexicanos, americanos e italianos. Já o período que passei na área de manutenção industrial, o principal desafio foi comigo mesmo, em desenvolver a resiliência na luta pela sobrevivência do negócio. Por fim, assumir a gerência de contrato da UTE Santa Cruz foi uma oportunidade que eu não podia deixar passar e com a qual eu tenho uma grande responsabilidade, já que é o primeiro contrato da área industrial conquistado com um cliente público pós-Lava Jato. Esta é a terceira tentativa de execução do fechamento do ciclo combinado da UTE Santa Cruz pelo Cliente e estamos dando conta do recado. Vamos reafirmar através dele a nossa competência técnica e entregar o que o cliente precisa preservando os interesses da empresa.
Qual o estágio atual da obra? Quais desafios encontrou no projeto?
O Fechamento do Ciclo Combinado na UTE Santa Cruz trata-se de um EPC completo. Entregaremos a obra ao cliente já operando. Assumi o contrato no início da etapa de montagem industrial. Contratualmente o início da operação do ciclo combinado é em abril de 2021, e nosso principal desafio é negociar com o cliente um reequilíbrio do contrato em função dos impactos decorrentes das alterações de projeto e do surto da Covid-19.
A pandemia da Covid-19 impactou a obra de alguma forma?
Assumi o contrato em março deste ano e logo em seguida fomos impactados por todas as ações de prevenção e mitigação da disseminação da Covid-19. Foi um início intenso, pois precisávamos atuar rapidamente na implementação das medidas e na conscientização da equipe quanto aos riscos de contaminação. Em paralelo, negociamos uma suspensão parcial das atividades de construção com o cliente, de forma a não ter que aumentar o efetivo ao longo dos meses de abril a junho. Apesar da continuidade das atividades do contrato, fomos impactados significativamente pela pandemia. Vários fornecimentos nacionais e internacionais sofreram atraso na fabricação e entrega. Além disso, as medidas de distanciamento social e prevenção impactaram substancialmente na produtividade, o que termina incorrendo em custos adicionais. Além disso, tivemos um aumento significativo no índice de ausentismo decorrente dos afastamentos, impactando diretamente na execução de alguns serviços.
Que mensagem você deixaria para os jovens que, como você um dia, estão ingressando na empresa hoje?
A empresa sofreu mudanças significativas em relação àquela em que ingressei em 2001, mas a delegação planejada e a confiança nas pessoas permanece em sua essência, agora amparada por um sistema robusto de conformidade. Esta delegação e confiança permitem ao jovem se desenvolver, ocupar o espaço e crescer. Para tanto é preciso dedicação, comprometimento e resiliência. A OEC de hoje está se renovando e está mais aberta a mudanças. A geração que está ingressando na empresa hoje terá a oportunidade de participar ativamente desta transformação.
Conheça um pouco mais de Maria Alencar, recifense que desde março deste ano assumiu a gerência do contrato Fechamento do Ciclo Combinado na UTE Santa Cruz, do cliente Furnas Centrais Elétricas, no Rio de Janeiro.