Setor historicamente marcado por processos manuais e baixa adoção de tecnologia, a engenharia e a construção pesada têm acelerado o passo na digitalização de suas operações, especialmente nas áreas ligadas à gestão de pessoas e segurança do trabalho. O movimento responde a um desafio estrutural: obras de grande porte envolvem milhares de trabalhadores, operações distribuídas em diferentes regiões e exigências normativas cada vez mais rigorosas.

Um exemplo recente dessa transformação é o projeto desenvolvido pela Odebrecht Engenharia e Construção, vencedor da 6ª edição do Inovainfra 2025 — prêmio promovido pela revista O Empreiteiro para destacar inovações na engenharia e infraestrutura.

A empresa criou uma plataforma digital voltada à gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), substituindo os antigos registros em papel por um sistema integrado de controle e análise de dados. A Suíte OEC de Sustentabilidade, como foi batizada a ferramenta, permite desde o registro eletrônico de treinamentos até o acompanhamento de desvios de segurança e verificação de equipamentos por QR Codes.

O impacto da digitalização aparece nos números: mais de 980 mil trabalhadores foram treinados com registro eletrônico, 3.500 situações de risco foram reportadas e acompanhadas via sistema, e cerca de 26 mil capacitações de funcionários estão cadastradas na plataforma. A solução foi implementada em todos os contratos da empresa, no Brasil e no exterior.

Além de reduzir custos operacionais — como o armazenamento físico de documentos por décadas — a plataforma permite que gestores monitorem, em tempo real, indicadores de segurança das obras em andamento.

“A digitalização de processos de SST deixa de ser apenas uma iniciativa pontual e passa a integrar a agenda estratégica das grandes construtoras, em linha com o avanço da tecnologia em setores tradicionalmente menos automatizados. Para nós, é um marco importante na estratégia de transformação digital da empresa”, afirma Daniel Lepikson, responsável pela área de Inovação da OEC.

Segundo Lepikson, o reconhecimento do Inovainfra 2025 reforça o compromisso da companhia em utilizar tecnologia aplicada para resolver desafios históricos da engenharia. “Ser premiado por um projeto dessa natureza nos mostra que estamos no caminho certo ao colocar a segurança e a integridade das pessoas como prioridades, integradas a processos mais inteligentes e conectados”, comemora.

Já Paulo Cintra, responsável por Saúde e Segurança do Trabalho na Odebrecht, a ferramenta, através dos módulos de DDS-e e Desvios tem um valor agregado ao processo produtivo muito alto, seja com a redução dos custos ou com a melhoria significativa na digitalização e rastreabilidade da informação. “Hoje podemos afirmar que nas nossas obras temos o registro fidedigno das informações e, sobretudo, a certeza que o processo da transformação digital está contribuindo fortemente para uma maior conscientização dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirma.

Sobre a OEC

Com 80 anos de história, a OEC é a maior construtora de infraestrutura do país, de acordo com o mais recente Ranking da Engenharia Brasileira, publicado pela revista O Empreiteiro. É responsável pela execução de mais de 3 mil obras em 38 países ao redor do mundo, a exemplo de usinas, metrôs, ferrovias, pontes, aeroportos e refinarias. Em 22 oportunidades teve obras premiadas com o Global Best Projects, concedido pela revista norte-americana ENR – Engineering News-Record, sendo considerada a mais relevante distinção da engenharia mundial. Nos últimos cinco anos, a empresa conquistou mais de R$ 20 bilhões em novos contratos. Desde 2021, é certificada com a ISO 37001, que atesta práticas antissuborno e de Integridade em nível internacional. Em 2022, recebeu o selo Infra+ Integridade, oferecido pelo Ministério da Infraestrutura, e, em 2023, obteve o Selo Pró-Ética, iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Instituto Ethos que visa a promoção de um ambiente corporativo mais ético, íntegro e transparente. Atualmente, emprega cerca de 18 mil pessoas de diferentes nacionalidades em mais de 30 obras espalhadas por países das Américas e da África.