OEC, construtora do grupo Odebrecht, nomeia Marco Siqueira para a presidência

Arquiteto de 42 anos é líder da empresa de incorporação imobiliária do grupo há três anos

São Paulo - 09/06/2020

Em escolha definida nesta manhã pelo conselho de administração, o paulistano Marco Siqueira teve seu nome aprovado para assumir a presidência da OEC-Odebrecht Construção & Engenharia. O executivo, de 42 anos, há três anos era executivo líder da OR, empresa de incorporação imobiliária do grupo Odebrecht. 

Nos últimos sete meses, desde a saída de Fábio Januário do cargo, a OEC vinha sendo tocada por um Comitê de Estratégia coordenado pela vice-presidente do conselho, Juliana Baiardi, e composto também pelo conselheiro da empresa, Daniel Villar.

A escolha de Siqueira, entre outros atributos, apurou o Valor, se deveu principalmente a sua gestão no processo de reestruturação financeira da OR. A dívida da empresa foi reduzida em 75%, ficando aproximadamente R$ 1 bilhão para equilíbrio operacional.

Além disso, implementou, com acompanhamento de monitores externos, o novo Programa de Conformidade e efetivou entregas de 20 empreendimentos imobiliários, vendas de ativos superiores a R$ 2 bilhões e retomada de lançamentos de projetos residenciais.

Siqueira é formado em arquitetura e urbanismo pela Faculdade Belas Artes de São Paulo e mestre em Desenvolvimento Imobiliário pela Universidade de Nova York. Iniciou a carreira há 20 anos no desenvolvimento imobiliário de varejo e shopping centers no Grupo Guararapes. Em 2007, ingressou na Tishman Speyer, antes de chegar à Odebrecht em 2008.

Entre os desafios na OEC, o executivo terá a conclusão da reestruturação financeira da construtora, prevista para até fim do ano, e dar continuidade à retomada do seu crescimento, com a conquista de novas obras.

Hoje, a OEC está com contratos em sete países: Brasil, Angola, Peru, Estados Unidos, Gana, Panamá e República Dominicana. Há cinco anos, a empresa, assim como o grupo controlador, foi alvo da Operação Lava-Jato da Polícia Federal decorrente de obras irregulares na Petrobras. 

No ano passado, a OEC concluiu sete projetos, a maior no setor privado, e conquistou novos contratos no valor de R$ 1,34 bilhão. Encerrou o ano um backlog (carteira de encomendas) de R$ 13,83 bilhões.