Já pensou em morar em uma casa de papelão? E em usar pontas de cigarro na hora de construir? Pesquisadores, engenheiros e arquitetos têm criado cada dia mais alternativas para utilização de materiais que fogem do convencional na hora de construir, visando economia, resistência, sustentabilidade e redução no impacto ambiental. Conheça alguns exemplos inusitados:

Papelão

Wikkelhouse from Wikkelhouse on Vimeo.

Para muitos, a ideia de uma casa de papelão não passa de brincadeira de criança. Para o pessoal do estúdio Fiction Factory, de Amsterdã, no entanto, é assunto sério. São eles os responsáveis pela criação da Wikkelhouse, uma casa que tem toda sua estrutura feita em papelão e madeira, resistente à chuva, calor e outras adversidades climáticas. A durabilidade prometida é incrível: 100 anos! Além disso, quase todo o material utilizado na casa, que é modular e pode ser montada conforme a necessidade do cliente, é reciclável, transformando a ideia em uma opção econômica e sustentável!

Destroços de guerra

Materiais de construção que consideramos acessíveis por aqui podem ser muito restritos em regiões que vivem em constante conflito, como a Faixa de Gaza. O controle sobre os materiais que chegam até lá pode tornar as construções bastante caras e difíceis. Pensando nesse problema, as engenheiras civis Majd Mashharawi e Rawan Abddllaht buscaram por três anos uma solução viável e econômica para produzir novos materiais de construção. Foi assim que desenvolveram os blocos de concreto chamados “Green Cakes”, que unem as cinzas emitidas pelas usinas termelétricas e o concreto dos destroços de guerra. O produto final, além de econômico, é sustentável e servirá para construir casas para inúmeras famílias que ficaram sem lar por causa dos conflitos da região.

Pontas de cigarro

As bitucas de cigarro são consideradas um dos lixos mais difíceis de lidar, já que existem em abundância e são recheadas de componentes químicos e poluentes! Estima-se que são geradas e despejadas no ambiente anualmente cerca de 1,2 milhões de toneladas desse resíduo. Para ajudar a solucionar esse problema, pesquisadores do Royal Melbourne Institute of Technology, na Austrália, desenvolveram uma técnica para transformar essas bitucas em matéria prima para tijolos. Os resíduos de cigarros são misturados com a argila antes da queima para a fabricação dos blocos. O resultado é um tijolo “verde”com as mesmas propriedades estruturais dos tijolos comuns, porém mais leve, com melhor isolamento e que demanda 58% menos energia para sua fabricação!

Areia do deserto

Há quem pense que a areia utilizada nas construções é um recurso abundante, mas a realidade não é bem assim. A areia grossa, utilizada para fazer concreto, precisa de um processo complexo, que inclui mineração e drenagem de rios para ser obtida, podendo causar um grande impacto ambiental.  Pensando nisso, estudantes do Imperial College London criaram o Finite, um material semelhante ao concreto, mas que usa areia dos desertos (considerada até então fina e lisa demais) para sua fabricação. Além da abundância do material principal, os aglutinantes que compõem o Finite são biodegradáveis e permitem que a areia seja reaproveitada depois, reduzindo o consumo e o impacto das construções feitas com ele no meio ambiente.

Lã e algas marinhas

Na construção, a lã costuma ser usada principalmente quando o assunto é isolamento térmico. Porém, quando somada a um polímero natural encontrado em algas marinhas, o alginato, e adicionada à argila dos tijolos, a lã é capaz de aumentar a resistência dos blocos em até 37%. Experiências realizadas em Glasgow, na Escócia, e em Sevilha, na Espanha, concluíram que essa alternativa faz com que o material final seja mais resistente, econômico e sustentável, já que não necessita de fogo para ser produzido.

Bolas de plástico

O Bubbledeck®, tecnologia lançada no Brasil com o apoio da Braskem (empresa do grupo Odebrecht S.A.), consiste na utilização de esferas de plástico entre telas de aço, que ocupam o espaço que seria preenchido por concreto na construção de lajes não estruturais. Dessa forma, é possível criar lajes super-resistentes, porém bem mais leves e sustentáveis. O peso chega a ser 35% menor, possibilitando que sejam utilizadas menos vigas e paredes de apoio, fazendo do material ideal para construções de grandes vãos. Obras como o Edifício Garagem, no aeroporto RIOgaleão, realizada pela OEC, já utilizaram dessa técnica criativa.

Conhece algum material inusitado que poderia estar nessa lista? Conta para a gente no Facebook!