14/02/2019

Arte cinética e engenharia. O que tem a ver?

Curiosidades

Algumas das características da arte cinética (que também pode ser chamada de cinetismo) estão na idealização da obra, que precisa de um planejamento, muitas vezes matemático e físico, para que execute movimentos. Os materiais que são utilizados por obras cinéticas podem variar muito e o céu é o limite! Plástico, madeira, fios, arames, plásticos, vidros, tecido, luzes... tudo o que for necessário na hora de construir uma escultura que se transformará!

Muitos elementos podem ser usados para conferir o movimento que o cinetismo precisa, como água, vento, eletromagnetismo, motores, efeitos especiais, entre outros. Mais uma vez, a imaginação e inventividade do artista serão os guias na hora de escolher os recursos que serão utilizados!

Um dos pioneiros e maiores expoentes da arte cinética é Alexander Calder, que se formou em engenharia mecânica antes de virar artista plástico. Suas principais obras dentro do cinetismo são os móbiles, com placas e fios de metal que se movimentam de acordo com o vento. Suas obras foram instaladas em diversos prédios públicos e edifícios modernos pelo mundo inteiro.

 

Alexander Calder

No Brasil, um dos maiores expoentes é Abraham Palatnik, artista que nasceu no Rio Grande do Norte, mas que se mudou cedo para Tel Aviv, em Israel, onde estudou em uma escola técnica e se especializou em motores de explosão. Ainda em Israel, Palatnik se aproximou das artes e quando voltou para o Brasil, iniciou diversos trabalhos dentro da arte cinética, com uma fusão entre luz, cores e movimento. Uma de suas principais obras é chamada Aparelho Cinecromático, de 1964, que entrou para a história da arte mundial.

 

 

Um exemplo de arte cinética que pode estar fresco ainda na memória dos brasileiros é a obra de Anthony Howe, o artista americano que criou a Pira Olímpica nas Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. A obra, com seus 12 metros de diâmetro, representa o sol e se movimenta impulsionada pelo vento. Duas versões foram criadas, uma que ficou no estádio olímpico e outra na praça da Candelária, no centro do Rio. Como a edição de 2016 dos jogos olímpicos optou pela sustentabilidade como um de seus pilares, para reduzir o consumo de gás necessário para mantê-la acesa, a tocha que abrigava o fogo olímpico foi muito menor que das outras edições. Pensando nisso, a obra de Howe ajudou a criar um ambiente mágico, ampliando o efeito do fogo e tornando o monumento inesquecível.

 

 

Olympics

 

Outro artista de arte cinética digno de nota é o holandês Theo Jansen. O artista-engenheiro cria enormes animais feitos de tubos plásticos que caminham movidos pelo vento em praias do litoral holandês. Os Animais de Areia (Strandbeests) são parte de um longo processo de estudos do artista, que são desenvolvidos para se movimentar, superar obstáculos e até mesmo armazenar energia para que o movimento continue ocorrendo mesmo em momentos com pouco vento. Baseado na teoria da evolução, Theo observa o funcionamento de suas criaturas e depois de um tempo as declara como ‘extintas’. O processo de construção então é reiniciado, e uma nova versão, mais eficiente, é criada, corrigindo as falhas da anterior. As criaturas-esculturas de Theo em funcionamento são impressionantes!

 

 

Em um comercial para a BMW, Jensen afirma que “as fronteiras entre arte e engenharia existem apenas em sua mente”. E aí? Concorda?