Construindo casas com impressoras 3D
Quem acredita que as impressoras 3D são uma conquista tecnológica recente está enganado! Embora elas tenham se popularizado na última década, a invenção é de 1984 e foi criada por Chuck Hull, na Califórnia. Sua principal utilização era, a princípio, a criação de lâmpadas para solidificação de resinas, mas foi com a confecção de peças de plástico que o produto se popularizou.
Na construção civil, essa tecnologia ainda tem muito espaço para crescer, mas já apresenta resultados muito importantes para essa evolução.
Uma das técnicas que usa impressoras 3D na construção civil, por exemplo, utiliza uma impressora de grande escala, camadas de cimento e outros materiais que possibilitam a construção automatizada de paredes, lajes, vigas e pilares.
A empresa chinesa WinSun, por exemplo, utiliza blocos de cimento feitos com essa técnica para construir casas e até prédios de apartamentos desde 2013. Essa metodologia, embora muito interessante, funciona mais como uma espécie de construção com blocos pré-moldados mais rápida do que o convencional. Por meio dela, a WinSun chega a construir condomínios com 10 casas em 24 horas.
Outra técnica utilizada pela construção civil é o Contour Crafting, que desenha os contornos e cria as estruturas, imprimindo-as por camadas, de baixo para cima, com um projeto desenvolvido em softwares específicos. O fato de toda a inteligência ficar contida em arquivos de computadores facilita na reprodução dos projetos, que podem ser feitos apenas uma vez e replicados infinitamente.
Há também uma redução de resíduos considerável na utilização da impressão 3D para construção, que tornam as obras mais sustentáveis e ecológicas. O descarte, no caso das casas impressas, é muito menor e causa muito menos impacto na natureza.
Alguns escritórios estão se especializando na criação de projetos com impressão 3D. É o caso da WinSun, citada anteriormente, e também da startup Apis Cor, que levou toda a sua tecnologia dos Estados Unidos até a Rússia, onde criou uma casa de 38 metros quadrados, feita com uma grande impressora e uma mistura de concreto. O processo demorou cerca de 24h e custou 32 mil reais. O projeto, os acabamentos e as instalações elétricas foram todos feitos por pessoas, o que desmistifica um pouco a teoria de que a construção 3D vai acabar com os empregos na construção civil!
Outra empresa, a Icon, desenvolveu em Austin, no Texas, um protótipo de casa impressa com uma máquina chamada Vulcan. A proposta da empresa é construir em 2019 cerca de 100 casas em uma comunidade carente de El Salvador com o custo de apenas 4 mil dólares em material. A máquina tem capacidade para imprimir casas de até 74 metros quadrados, que precisam de mão de obra humana apenas para os detalhes e acabamentos.
Com a evolução da tecnologia e a utilização cada vez mais frequente das impressoras 3D, especialistas da área de construção civil acreditam que em pouco tempo serão desenvolvidas mais possibilidades para que o recurso traga muitas transformações na área, em termos de tempo, dinheiro, empregabilidade e sustentabilidade. É bom ficar de olho e observar as movimentações no setor, que promete estar com tudo num futuro próximo!