Impactos do BIM para futuros engenheiros e arquitetos
Com a revolução industrial surgiu a necessidade de utilizar um novo material: o aço, cuja aplicação alterou completamente as possibilidades construtivas. Diante desse cenário, arquitetos e engenheiros começaram a se adaptar a uma nova era. Algo similar ocorre atualmente na era digital em relação ao conhecimento de novas ferramentas, processos e tecnologias, recursos que se tornaram essenciais para aqueles que estão iniciando a carreira, particularmente na Construção Civil.
Nos últimos anos, o setor da construção civil passou por grandes transformações, tendo o Building Information Modeling (BIM) como um dos destaques. O BIM é visto como um processo de representação digital das características físicas e funcionais de um objeto, constituindo um modelo 3D que contém todas as informações do empreendimento, desde a sua primeira concepção até a desmobilização. A partir dele, seria possível projetar, planejar, executar e até gerenciar a manutenção da construção.
No contexto brasileiro, a utilização do BIM tem ganhado cada vez mais força, principalmente com o Decreto 10.306, de abril de 2020, o qual determinou o uso desta metodologia na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharias realizados pela administração pública federal. Diversas empresas já estão investindo para aumentar seu nível de maturidade e em novos profissionais capacitados na área. Entretanto, a capacitação dos integrantes ainda é um dos grandes desafios no segmento.
No âmbito acadêmico da Arquitetura e Engenharia, percebe-se outro obstáculo para a implementação do BIM. Um dos pilares desse processo é a interdisciplinaridade, situação que não é contemplada em diversos currículos de graduação. Além disso, há uma certa resistência de parte do corpo docente na utilização do BIM, principalmente por acreditarem que os alunos devem aprender a projetar pelo modelo convencional, por meio do uso do lápis e do papel, o que acarreta mais retrabalho.
Apesar das dificuldades mencionadas, o BIM já é considerado como uma metodologia essencial no mercado AEC. Para aqueles que estão iniciando a carreira na arquitetura ou nas engenharias, o conhecimento sobre processos e ferramentas BIM é um diferencial que em breve se tornará um pré-requisito. Percebe-se assim a grande necessidade de adaptação dos profissionais a esta nova técnica de se projetar e construir, de modo que os leve a compreender todo o seu potencial, evitando-se tratá-la como um simples modelador.
Sarah Silva | OEC IN