10/02/2021

O futuro das cidades inteligentes

Engenharia 3.0

São inúmeras as interações e funcionalidades relacionadas ao conceito de Smart City, as quais possibilitam o uso eficiente da cidade e seus recursos para melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes. Fatores como acessibilidade, mobilidade, sustentabilidade, economia, planejamento urbano, eficiência de recursos contribuem para viabilizar uma cidade mais inteligente. Quando tais elementos estão interligados e agem em benefício da população, tornando a urbe mais eficiente e sustentável, proporcionando uma melhor qualidade de vida, bingo! Eis que surge uma cidade inteligente.

Já parou para pensar no que está por trás de uma “cidade inteligente”? Se pensou em tecnologia, acertou! Afinal, todos os fatores acima referidos rementem ao uso de tecnologia e, quando conectados, formam um grande sistema de fluxos de interação inteligente (i.e. controlada, sistemática, eficiente). Uma das tecnologias-chave que contribui para a viabilização de uma cidade inteligente é o BIM (Building Information Modelling), recurso conhecido e largamente utilizado hoje pela engenharia civil, presente em várias obras da OEC. Para se ter uma ideia do que se trata: a exemplo do CAD - uma ferramenta computacional de uso consagrado e recorrente por arquitetos e engenheiros, o BIM também utiliza a modelagem 3D, mas vai muito além. O modelo incorpora também dados e informações sobre cada elemento do projeto. Extrapolando este conceito, diferentes edifícios podem ser incorporados/integrados em um sistema maior através da importação de modelos BIM individuais. É aí que entra outra tecnologia promissora, ainda pouco explorada: o CIM (City Information Modelling), uma extensão da modelagem que remete à escala de uma cidade, e que é alimentado por terabytes de dados coletados via IoT (Internet of Things), conectando diferentes sistemas e partes interessadas (como infraestrutura e serviços públicos, por exemplo).

Uma cidade inteligente atinge seu maior objetivo quando a tecnologia aplicada beneficia a população, prioriza o aspecto humano e, consequentemente, melhora a qualidade de vida e a satisfação dos usuários. Aspectos como reduzir o tempo no deslocamento do trânsito por meio de implementação de estacionamentos e sinais de trânsito inteligentes; reduzir doenças por meio da telemedicina com informações em tempo real sobre a qualidade do ar; redução da violência por meio de mapeamento de crimes em tempo real e estratégias preditivas de policiamento; reduzir as emissões por automação predial etc. são exemplos de benefícios auferidos com o emprego desta tecnologia. Tudo isso se tornou possível e já vem sendo aplicado, em maior ou menor grau, em diversas cidades no mundo.

Cita-se por exemplo o caso de Amsterdã, considera uma das cidades precursoras no conceito de “Smart City”. Lá foram implementados dezenas de projetos, tais como inclusão de frotas autônomas de barcos que reduzem a poluição, postes de luz inteligentes que se ajustam à luz e ao clima e a instalação de milhares de sensores pela cidade que permitem a melhora do fluxo de veículos.

Ainda desconhecemos o potencial e as diversas possibilidades que podem resultar da combinação dessas duas tecnologias (CIM + BIM). O que sabemos é que, sem dúvida, estes sistemas irão desempenhar um grande papel na gestão das cidades do futuro.