Startups querem fazer Negócio
Construtoras podem participar ativamente no desenvolvimento dos ecossistemas de inovação aberta oferecendo campo de provas de conceitos para startups aprimorarem seus modelos operacionais e empresariais.
Hoje já existe uma infinidade de iniciativas empresariais e governamentais de apoio ao desenvolvimento de startups. A questão é verificar a efetividade das várias alternativas à disposição. Como qualquer outra iniciativa empresarial, startups precisam, antes de tudo, vender e ganhar dinheiro. O caminho para atingir o patamar operacional passa obrigatoriamente pelas provas de conceito com clientes.
Acontece que, seguramente mais do que com as pequenas empresas que atuam em mercados tradicionais, bem mais estabelecidos e já testados, as chances de uma startup não dar certo são imensas. Este é um ponto em comum a todas elas: startups são geralmente frágeis e boa parte delas encerra as suas atividades antes de completar um ano de existência.
Por outro lado, uma startup vitoriosa vale muito. Por definição, são negócios projetados na ambição de crescimento acentuado. Esse é motivo para todo o empenho nelas investido por seus fundadores, a busca por retornos de alto impacto, com alto valor gerado. A pequena minoria que consegue vencer as adversidades, curiosamente, compartilha uma série de características comuns.
Segundo a McKinsey Digital (What start-ups need to scale and succeed, 2020), as startups mais valiosas enfatizam a importância da reunião de talentos, o foco na entrega de valor para o cliente, e conseguem realizar negócios logo nos primeiros meses de atuação. Startups bem-sucedidas priorizam seus resultados empresariais como fruto da satisfação do cliente.
O início da jornada das startups costuma ser bastante árduo. Os recursos são escassos e nem todas as questões dos produtos estão equacionadas. Neste momento um pequeno empurrão é praticamente a salvação. Nesse sentido, há um reconhecimento crescente de que os melhores programas de aceleração dão ênfase à realização de negócios com as startups, seja pela oferta de espaço para as POC (Proof of Concept), seja por alguma soma a fundo perdido no formato Seed Money para apoiar os primeiros passos.
Também as mentorias e outras ações de qualificação são muito importantes para as startups, mas reduzem sua efetividade quando se tornam a abordagem central de alguns programas de inovação. Para aquelas startups mais competitivas e de maiores chances de sucesso, programas desta natureza perdem em atratividade. O ritmo de trabalho das startups é intenso, em grande parte devido à sua fragilidade empresarial, com poucos recursos para sobreviver por longos períodos, e por conta de sua própria natureza: elas jogam o game da velocidade para lançar novidades antes dos eventuais concorrentes.
Uma vez que tenham sido obtidos aqueles recursos mais críticos – um campo de provas, a possibilidade de realizar negócios e um pequeno recurso financeiro – as startups podem se concentrar com mais tranquilidade naquilo que as diferencia e as torna negócios de alto potencial de crescimento. Neste ponto, dois aspectos se destacam. O primeiro, a capacidade de reagir rapidamente aos feedbacks do mercado e entregar soluções com o máximo poder para escalar. O segundo, a aposta na criatividade sem medo, inspirada por uma profunda convicção da sua proposta de valor.
Claudio Cardoso
OEC IN